quarta-feira, 27 de junho de 2007

António Ramos Rosa doa espólio literário à Biblioteca Nacional

O poeta António Ramos Rosa vai doar o seu espólio literário à Biblioteca Nacional (BNP), que o integrará no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea (ACPC), anunciou hoje fonte da instituição.

A assinatura do Termo de Doação está marcada para quinta-feira à tarde na Biblioteca.
O espólio, segundo a mesma fonte, será entregue em três fases, «estando prevista, a curto prazo, a transferência de parte significativa do epistolário».

Quinta-feira, «simbolicamente, serão entregues, para assinalar a passagem do acervo do universo privado ao domínio patrimonial, seis poemas manuscritos do autor, cartas de Eduardo Lourenço, Eduardo Moreiras, Pierre Dhainaut, Roger Munier, René Char, Georges Mitzkov (seu tradutor búlgaro), Fernand Verhesen, André Frénand, Jean Malrieu e Roselyne Chenu, datadas entre 1961 e 2001», indicou a fonte.

Serão ainda entregues autógrafos de alguns poemas de Robert Bréchon publicados em co-autoria com Ramos Rosa na edição bilingue Meditações metapoéticas = Méditations metapoétiques (2003).

As fases de entrega do espólio «não têm data concreta, mas será a médio prazo, de acordo com a disponibilidade da família», referiu outra fonte ligada ao processo.

A Biblioteca tem já no seu ACPC 112 cartas de Ramos Rosa, recebidas pelo poeta entre 1949 e 1987, acompanhadas por sete poemas e o texto em prosa «Rimbaud, o génio da vida ou A dança sobre o vulcão», bem como 13 cartas e 18 textos poéticos de Agripina Ramos Rosa, numa doação do poeta Luís Amaro.

Outra doação é de um funcionário da Biblioteca e também poeta, João Rui de Sousa, que entregou duas cartas que lhe foram remetidas no ano de 1959, o poema «Ao João Rui de Sousa, recordando» e o texto em prosa «Palavra azul sobre fundo negro». Estes documentos serão integrados no seu espólio, a oficializar a curto prazo.

Este mês a BNP adquiriu, no leilão da Livraria Luís Burnay, seis cartas de Ramos Rosa a Urbano Tavares Rodrigues e o poema «À Hora do Jantar», enviado a José Augusto França para publicação na revista Tetracórnio.

Ramos Rosa, uma das vozes mais marcantes da poesia portuguesa contemporânea, nasceu em Faro em 1924 e da sua vasta obra poética e ensaística fazem parte títulos como «O grito claro», «Nos seus olhos de silêncio», «O Ciclo do Cavalo», «O incêndio dos aspectos», «Poesia, Liberdade Livre» e «A Poesia Moderna e a interrogação do Real».

Fonte: Diário Digital

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