A ampliação da Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, que deverá estar concluída daqui a cerca de quatro anos, conheceu hoje um novo passo, com a abertura das 21 propostas para a obra, que vai aumentar em cerca de um terço a área do edifício do depósito – permitindo que a sua capacidade, actualmente quase esgotada, passe de cerca de 2,5 milhões de volumes para mais de 3,5 milhões.
Concorreram à adjudicação 21 empresas e consórcios, que pretendem executar um projecto dos arquitectos António e João Pardal Monteiro, que concretiza a ampliação da torre de depósito já prevista no projecto original. Os trabalhos deverão iniciar-se no início de Junho, e vão demorar no mínimo quatro anos, disse ao PÚBLICO e director da Biblioteca Nacional, Jorge Couto.O processo foi lançado pela anterior ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, que no PIDDAC (Programa de Investimentos e Despeças de Desenvolvimento da Administração Central) do ano passado afectou 13 milhões de euros para este efeito, tendo o início dos trabalhos chegado a estar previsto para esse Outono.
Além do substancial aumento da capacidade de armazenamento, a melhoria mais perceptível para o público após esta ampliação será uma sala de leitura nova para as colecções especiais, como a cartografia, iconografia e música, e o acesso a serviços electrónicos. A leitura destas colecções funciona desde os anos 1980 em espaços adaptados para o efeito. A obra vai permitir também melhorar as condições de preservação e conservação e reforçar a segurança.Leitura prejudicada em 2010 e 2011A torre de depósito vai ser ampliada para o lado sul (em direcção a Entrecampos), com o mesmo aspecto da parte já existente.
A cada um dos pisos três a dez, que têm 99 metros de comprimento por 15 de largura, serão acrescentados 33 metros, o que representa um acréscimo de cerca de 6300 metros quadrados aos actuais 12.500, o que permitirá acolher mais de um milhão de novos livros.Mas a parte da construção do acrescento ao edifício representa apenas um quinto do custo da obra, que foi a concurso com uma base de licitação de 10,6 milhões de euros. Os restantes oitenta por cento, revela Jorge Couto, são para a substituição de todos os sistemas tecnológicos na parte já existente. Electricidade, aquecimento, refrigeração, controlo de humidade, alarmes anti-intrusão e anti-incêndio, tudo será integralmente substituído.
Para isso, a partir de 2010, quando a nova ala já estiver pronta, os livros do depósito actual começam a ser mudados provisoriamente para lá, por grupos de três pisos, para permitir os trabalhos de renovação da ala já existente, que vão demorar cerca de dois anos e meio. Isso implicará o encerramento temporário do acesso à leitura das obras dos pisos que estiverem a ser renovados no momento. O calendário dos encerramentos ainda não está definido.Além dos dez pisos de depósitos, a nova parte tem também quatro de serviços e técnicos, com uma cave adicional onde serão instalados os sistemas de refrigeração, que actualmente se encontram no exterior do edifício.
Fonte: Público
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