Projecto gera discórdia entre as maiores empresas do mercado digital. Coligação de gigantes tecnológicos contra a maior biblioteca virtual do mundo é uma hipótese. Em disputa está o sector literário, um dos mais apetecíveis e rentáveis negócios 'online'
A Amazon, Microsoft e Yahoo vão assinar um acordo apelidado de Open Book Alliance e organizado pela Internet Archive. Esta estratégia visa combater a Google, que pretende criar a maior biblioteca virtual do mundo com o serviço Google Books. Brewster Kahle, fundadora do Internet Archive, é peremptória: "A Google está a tentar monopolizar o sistema de biblioteca online, através da exploração de uma única fonte de todos os títulos publicados".
Esta polémica remonta a 2008, quando a empresa chegou a acordo com algumas editoras e autores face à digitalização ilegal de livros que o Google Books estava a levar a cabo. Na altura, a Google concordou com o pagamento de uma indemnização de perto de 87 mil euros, criando a Book Rights Registry, onde os autores e as editoras poderiam registar os seus trabalhos e receber as devidas compensações monetárias. Na altura, a Google ficou também com o direito de digitalizar títulos cujos autores fossem desconhecidos, o que correspondia a 50-70% dos livros editados após 1923.
A organização sem fins lucrativos Internet Archive, responsável pela digitalização de 1,5 milhões de livros, tem sido a maior contestatária do monopólio que a Google está prestes a conseguir. Até agora, tanto a Microsoft como a Yahoo já confirmaram a sua participação; apenas a Amazon aguarda que a aliança seja formalizada.
"Todos nesta coligação temos uma visão competitiva do mercado literário", garantiu Peter Brantley, director do Internet Archive. "Mas se o Google tiver sucesso, conseguirá garantir o monopólio da exploração de uma parte considerável dos livros de o século XX".
Em sua defesa, a Google argumenta que o acordo para esta biblioteca universal virtual trará grandes benefícios para os autores que, em alguns casos, poderão fazer fortunas com livros que se encontram já fora de circulação e que serão facilmente acedidos através da biblioteca virtual. Trata-se, segundo a Google, de um vantajoso processo de democratização da leitura, onde todos saem a ganhar.
Esta não é a primeira vez que a biblioteca virtual da Google é contestada. Em 2006, uma organização que representava 125 editoras sem fins lucrativos de publicações académicas e livros de teses dos Estados Unidos acusou a empresa de violar normas de direitos autorais com um plano que disponibilizava o espólio de bibliotecas universitárias na rede mundial de computadores.
De França surgiram mais críticas, onde há receio de que a iniciativa possa reforçar o predomínio da língua inglesa e do pensamento anglo-saxónico. Por isso, a França e vários outros países europeus garantiram apoios da União Europeia para um projecto rival para obras que não sejam em inglês.
Por outro lado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos está a realizar um inquérito sobre o impacto nas condições de concorrência para o mercado livreiro.
Fonte: Diário de Noticias
Etiquetas - Bibliotecas Digitais
1 comentário:
Boa Tarde Caro José
Penso que o seu blogue é muito importante para o mercado das bibliotecas visto que pouco se fala nele.
apesar de trabalhar numa empresa que esta no ramo e estar informada sobre o que acontece penso que cada vez mais as pessoas devem ir as bibliotecas são espaços bastante originais e com tudo o que se necessita para uma boa pesquisa.
o litoral já notamos que as bibliotecas se encontram algo desertificadas mas quando nos encontramos no interior do pais ai sim conseguimos perceber a importância das mesmas para a sua população.
agradeço desde já pelo seu blogue e seu conteúdos deixando também o da minha empresa http://culturalisborgeaud.blogspot.com/
passe por lá e diga me depois o que pensa do mesmo
obrigada
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